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Bocaina desiste e não vai receber ‘médico estrangeiro’

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[ad#336×280]O secretário de saúde da cidade de Bocaina, Francisco Macedo, confirmou na manhã de hoje (28) que o município, que deveria receber um médico brasileiro formado no exterior, desistiu de receber o profissional, através do Programa Mais Médicos.

De acordo com Macedo, um dos fatores que influenciou a desistência são os altos custos com o médico. “O que se gastaria com esse médico dará para melhorarmos ainda mais as condições para os médicos da cidade. Como eu explicaria para mim mesmo, que sou médico público, um profissional ter benefícios que somam mais de vinte mil reais?”, pontuou.

Segundo Macedo, a decisão foi acordada com o prefeito do município, José Luiz (PTB), que também é médico. “Conversei com o prefeito e decidimos não fazer a adesão. Recebi a determinação dele para que o município abdicasse do programa”, afirmou.

Francisco Macêdo - Secretário de saúde de Bocaina
Francisco Macêdo – Secretário de saúde de Bocaina

Pensando que Bocaina receberia um estrangeiro, o secretário já havia afirmado, no início da semana, que cancelaria a adesão ao programa. “Quando cadastrei o município queria dar oportunidade para brasileiros. Nada contra os colegas de fora, mas não conhecem a nossa língua e isso dificulta o atendimento ao paciente”, disse a portais do interior do estado.

Contudo, o médico selecionado para Bocaina não tem nada de estrangeiro, exceto o diploma. Na verdade o profissional conhece bem a realidade do interior do Piauí. Natural da cidade de Fronteiras, Sudeste piauiense, Miguel Dionizio da Silva formou-se na Espanha, na cidade de Cadiz, e é o único brasileiro formado fora do país que deveria vir para o Piauí na primeira etapa do Mais Médicos.

Um amigo de infância de Miguel, Herivelton Ribeiro, confirmou toda a história. “Ele estudou comigo toda a infância. Começou a estudar na Bolívia e depois foi transferido para a Espanha. Conheço o potencial dele”, relatou.

O médico deveria começar a atender em Bocaina no dia 16 de setembro. O município ficaria responsável por custear moradia e alimentação para o profissional, que receberia, ainda, uma bolsa de R$ 10 mil do governo federal.

Segundo informações do Ministério da Saúde, Miguel deve estar incluso no grupo de profissionais do Mais Médicos que desembarcou no Brasil na última sexa-feira (23) e se dirigiu a Fortaleza (CE), onde estão recebendo o treinamento do programa, que deve durar três semanas. Depois do curso, os médicos serão direcionados aos municípios onde irão atuar.

  Francicleiton Cardoso – Jornal O DIA

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