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Em meio à pandemia, feirantes padecem com ausência de medidas higiênico-sanitárias

Feirantes apelam pelo "olhar" do poder público para a falta de higiene sanitária no local.

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Mais de um ano se passou desde o início da pandemia e os feirantes de Picos seguem com uma mesma preocupação: a falta de estrutura digna de trabalho. Isso, principalmente ao se considerar a circulação do vírus da Covid-19 e não haver nenhuma medida higiênico-sanitária tomada pelas autoridades competentes.

Com um simples passeio pelo “quadro da feira de roupas” em Picos, é possível observar que não há nenhuma pia ou banheiro químico instalado para as necessidades de higienização dos feirantes que ali trabalham.

“Nunca tivemos amparo do poder público. Nos higienizamos porque compramos nossos próprios produtos e utilizamos de banheiros dessas lanchonetes e lojas aqui das proximidades. Em momento algum houve trabalho de conscientização sobre a pandemia aqui e nunca ninguém veio entregar material, como máscara ou álcool em gel para a gente”, relatou um feirante que não quis ser identificado.

É possível identificar, ainda, esgotos a céu aberto quase que invadindo as barracas dos feirantes, o que é uma preocupação dos trabalhadores, pois facilita na obtenção de doenças parasitárias. Quando chove, a situação complica.

“Aqui, quando chove, a situação fica pior. Aumenta o mau cheiro, isso tudo fica. Quando a chuva é grossa, e chega, às vezes, a 30cm de alagamento, não tem para onde a água escoar e ficamos preocupados, pois há ratos e isso traz doença. Agora com a pandemia, a falta de higiene já aumenta a preocupação. A gente fica com medo de adoecer, mas vivemos disso e não podemos ficar em casa”, disse ele.

O feirante José Cleiton também confirmou a ausência estrutural higiênico-sanitária da feira livre de Picos no que tange a prevenção ao coronavírus. Ele mencionou que a única visita que receberam das autoridades locais foi para a cobrança de débitos de alvarás.

José Cleiton

“Aqui ninguém nunca veio falar nada sobre o vírus e nem entregar nada. A única coisa que fizeram vindo aqui foi nos cobrar os débitos da gestão passada que não estavam sendo cobrados por conta da pandemia. Se precisamos de um banheiro, vamos na loja de calçados aqui ao lado. Até já pedimos que colocassem um banheiro aqui, mas ninguém veio. Muito menos colocar pia. Até a limpeza da rua somos nós quem estamos fazendo”, disse.

Ele destacou a preocupação dos feirantes quanto aos riscos que correm com a disseminação do coronavírus, assim como com a limitação de locais para exercerem a função.

“Esse período de pandemia tem nos preocupado de inúmeras maneiras. Além do medo de contaminação, ainda estamos limitados a vender somente em Picos, pois como as cidades vizinhas estão fechadas, nós feirantes não podemos nos deslocar para outras feiras”, destacou.

Feirante há 44 anos, o senhor Luís Gomes disse que a situação de trabalho para os feirantes de Picos é preocupante, pois o mínimo exigido, que para eles seria um banheiro e uma pia, não existe.

Luís Gomes

“Até agora o suporte que recebemos foi ‘zero’. Com a pandemia, tivemos que suspender a abertura de nossas bancas, algo que realmente tínhamos que fazer. Mas depois que reabrimos ninguém veio nos disponibilizar álcool, máscaras e, muito menos, um banheiro. A feira das confecções, juntamente com a das verduras, é muito grande. Então, a falta do banheiro e de uma pia nos deixa preocupados. Já somos vulneráveis ao vírus por estarmos aqui, mas o que ainda utilizamos de combate à Covid – máscara e álcool – é comprado por nós mesmos”, explanou.

Todos os entrevistados foram unânimes em apelarem ao poder público que olhem para a situação dos feirantes do município, prestando assistência básica higiênico-sanitária.

O Portal RiachãoNet entrou em contato com a coordenadora de Vigilância Sanitária, Lúcia Albuquerque, e ela informou que no ano passado foi feito um trabalho de panfletagem com os feirantes e que regularmente sua equipe realiza vistorias para aconselhar aos trabalhadores sobre as medidas sanitárias necessárias para evitar que contraiam o vírus da Covid-19.

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