O inverno irregular característico do semiárido nordestino já preocupa não apenas os agricultores sertanejos, mas também o Corpo de Bombeiros de Picos, que deve trabalhar em dobro para controlar as queimadas e incêndios.
O motivo para a preocupação é simples: o tempo seco favorece a propagação das chamas. “Não podemos dizer com 100% de certeza que as queimadas vão chegar mais rapidamente. Cremos que essa chuva ainda venha, caso não venha é quase certo que as queimadas comecem entre maio e junho, com grande intensidade”, explica o sargento BM Pimentel.
A apreensão é justa, segundo o meteorologista Eugênio Lopes. “A gente está diante de uma grande estiagem. É um fato marcante na nossa região estarmos em março e ainda sem chover”, destaca.
Segundo ele, a partir de 20 de março as chuvas devem retornar e permanecer até abril, que deve ser o mês com maior índice pluviométrico. Ainda assim os índices devem ficar abaixo da média anual de 600 mm. “No trimestre de dezembro a fevereiro choveu apenas 125 mm, uma grande diferença em relação ao mesmo período do ano passado, onde choveu 347 mm. Mais da metade”, informa.
Apesar do estado crítico e preocupante, Eugênio afirma que não é possível ainda se falar em seca, uma vez que a vegetação está verde e com a vinda da chuva nos próximos dias será possível recuperar algumas culturas e plantios.
Caso a chuva não seja o bastante para preencher reservatórios de água em comunidades da zuna rural, a Defesa Civil – através de convênio com o Exército Brasileiro – se encarregará de realizar o abastecimento com uso de caminhões-pipa.
“Os bombeiros permanecerão na sede esperando alguma ocorrência, tendo em vista que temos apenas duas viaturas que, caso persista essa estiagem, serão bastante utilizadas”, acrescenta o sargento Pimentel.