Publicidade Riachaonet
DestaquesPolíticaTodas as Notícias

Ciro Nogueira desiste de eleição no PI e pode coordenar “transição” federal

O ministro da Casa Civil teria considerado um erro estratégico imenso o recrudescimento da postura antivacina do presidente Jair Bolsonaro.

anuncio17 UNIFSA

Já em recesso de fim de ano, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, que é também senador pelo Piauí e presidente nacional do Progressistas (PP), aproveitou para analisar dados e pesquisas que havia encomendado e tomou a decisão de seguir até o fim do atual governo na pasta para a qual foi nomeado por Jair Bolsonaro em julho deste ano a fim de lubrificar acertos políticos no Congresso e consolidar a relação com o “Centrão”.

“Pensar numa candidatura no Piauí só faria sentido se fosse dentro de um projeto para segurar a eleição do governador Wellington Dias (PT) para o Senado”, disse ele a Bolsonaro ao expor os motivos que fundamentaram o caminho que escolheu. “Mas, ninguém conseguirá barrar a eleição do Wellington. Serei mais útil no ministério”.

Em seu quarto mandato à frente do Governo do Piauí, o petista Dias, que é pré-candidato a senador, aparece na liderança nas pesquisas de intenção de voto

Ciro continua no Governo Bolsonaro em 2022 (Foto: Divulgação)Ciro continua no Governo Bolsonaro em 2022 (Foto: Divulgação)

O grupo político de Ciro Nogueira, que tinha aliança com Dias até o início das campanhas  municipais de 2020, quando os dois romperam, deverá apoiar a candidatura do ex-prefeito de Teresina Sílvio Mendes (PSDB) ao governo estadual. Deputada federal, Iracema Portella (PP), aliada de Nogueira, com quem foi casada até 2020, corre por fora na disputa pela indicação à candidatura de uma aliança PP-PSDB no Piauí. Contudo, a tendência é o “Progressistas” apoiar Meira e definir outro nome para disputar olimpicamente o Senado com Dias. “Disputar olimpicamente” significa marcar posição na urna, pois se sabe que a derrota é o resultado mais provável dada a solidez da candidatura do adversário.

Transição em 2022 e reconexão com Lula

A um amigo com quem conversou, já durante suas breves férias, e para quem revelou o projeto de seguir na Casa Civil, Ciro Nogueira disse considerar um erro estratégico imenso o recrudescimento da postura antivacina do presidente Jair Bolsonaro. Ela encontra eco em outros setores do governo federal – o Ministério da Educação divulgou portaria nesta sexta-feira, 30/12, proibindo instituições federais de ensino de cobrarem passaporte da vacina dos alunos e o Ministério da Saúde vem retardando o início da vacinação contra o vírus Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos, apesar de manifestação favorável à vacina infantil feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

Ciro apoiou Lula em 2018 (Foto: Reprodução)Ciro apoiou Lula em 2018 (Foto: Reprodução)

Ficar contra a vacinação, contra vacinar crianças, arrebenta tudo de vez. Já não está fácil, o adversário é inteligente e bom de voto, e esse discurso antivacina, agora, é maluquice”, desabafou Nogueira. “Se o presidente sentar para pensar na campanha, no ano duro que teremos, começar a listar tudo o que fizemos, há chance. Mas, esse negócio da vacina, estraga qualquer estratégia, porque o povo quer vacina”.

O ministro da Casa Civil, na sua pretensão por seguir no ministério, vê-se como condutor dos rumos do governo ao longo do ano e artífice de uma eventual transição caso os fatos insistam em ocorrer no sentido da lógica atual: vitória do ex-presidente Lula (PT) no pleito presidencial, como indicam as pesquisas pré-eleitorais de diversos institutos feitas ao longo de 2021 (inclusive, com possibilidade de vitória em 1º turno). “Se Lula ganhar, e temos de trabalhar com esse fato, não será uma transição fácil. Vai ser preciso ter profissionais da política na transição”, chegou a dizer Ciro Nogueira ao amigo, com quem conversou no recesso. 

senador piauiense e ministro da Casa Civil é um profissional da política. Tem 52 anos de idade e no próximo ano celebrará 32 anos de mandatos eletivos numa série ininterrupta. Terá mais quatro anos de mandato no Senado, até 2026, quando pretende pausar a carreira política. Se conseguirá fazê-lo, o tempo dirá. Essa é a meta que traça olhando para 2022 no horizonte: seguir no Palácio, ser artífice de uma transição que se prenuncia dificílima entre o poder que se esvai e a nova conjugação de forças que surge e, depois, reorganizar os espaços que construiu como liderança política.

Por Luís Costa Pinto, do Brasil 247.

Botão Voltar ao topo

Adblock detectado

Você está usando um bloqueador de anúncios.