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Escola filantrópica é lição de solidariedade no bairro Cipaúba

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Da alfabetização ao ensino médio - Foto: Maria Moura

Fundada no início dos anos 90, a Escola São Gabriel vem fazendo história nas comunidades em torno do bairro Cipaúba, zona rural do município de Picos. Com alunos da Alfabetização ao Ensino Fundamental II, a instituição se mantém a custa de doações de uma entidade beneficente norte-americana e de pais de alunos ali matriculados.

As dificuldades para manter toda a estrutura funcionando são muitas, diz a professora Ismênia Barros, diretora da instituição, mas a vontade de fazer a diferença na vida de crianças e adolescentes da região é ainda maior.

Da alfabetização ao ensino médio - Foto: Maria Moura

Das pequenas salas construídas sobre terreno doado pela fundadora já saíram profissionais de todas as áreas, motivo de orgulho para Zilda Sousa Barros, idealizadora do projeto. Com recursos limitados, a Escola São Gabriel mantém alunos do bairro Pedrinhas, Cipaúba, Lagoa Grande, Lagoa Comprida, Paquetá, Pantanal, Umari, Junco, Conduru e Morrinhos. “Não é que nesses bairros não tenham outras escolas, na verdade é uma opção do aluno vir pra cá”, conta Ismênia.

O motivo pra que o São Gabriel atraia a atenção de tantos pais vem da qualidade e dedicação dos profissionais que ali trabalham. Com três filhos, Lúcia de Jesus conta que a Escola São Gabriel fez toda a diferença na vida da sua família: os três filhos passaram pela pequena escola, e a mais velha já adentrou o mundo acadêmico das universidades. “Toda ‘bagagem’ que eles adquiriram aqui foi bem aproveitada lá fora”, comemora a mãe que também é uma das voluntárias no quadro de professores.

Da cisterna às salas

Fundada nos primeiros anos da década de 90, a escola está com 20 anos. Uma história que começou se moldar com crianças da própria vizinhança sobre o piso de uma cisterna e com algumas poucas cadeiras.

A fundadora Zilda Barros explica que àquela altura crianças com menos de 7 anos não podiam frequentar a escola – localizada apenas em bairros vizinhos – e tinham o ócio como único entretenimento. Inquieta, comunicou aos pais da vizinhança seu desejo de alfabetizar a molecada e deu início ao projeto, logo abraçado pela comunidade.

Primeiros alunos comemoram Dia da Criança em1993 - Foto: Arquivo Pessoal

Ao lado das filhas, Zilda reunia as crianças em sua casa e dava aula com os materiais que conseguia através de doações de escolas particulares do município de Picos. Mais tarde um morador da comunidade doaria as primeiras carteiras.

A solidez e ampliação da iniciativa de Zilda viriam após o início da ajuda financeira cedida pela entidade norte-americana CFCA, que conheceu o projeto através de uma freira católica que visitou e conheceu o trabalho da dona de casa. A partir de então os alunos começaram a ser apadrinhados e as primeiras salas foram construídas, dando início ao Colégio São Gabriel.

Início do projeto - Foto: Arquivo Pessoal

Recursos limitados

Atualmente o valor repassado pela entidade vem diminuído constantemente, e, segundo a diretora, o número de alunos apadrinhados é bem menor que o número de matriculados na instituição.

A saída para manter a escola em funcionamento foi proposta pelos pais de alunos, que se propuseram a colaborar mensalmente com valores simbólicos. A doação não vem de todos, apenas daqueles que possuem uma renda maior, explica Ismênia.

Da alfabetização ao ensino médio - Foto: Arquivo Pessoal

A diretora ressalta que não há nenhum vínculo entre a escola e a Secretaria da Educação e Cultura do Piauí ou da Secretaria Municipal de Educação de Picos (SME), pois para que o município pudesse ajudar financeiramente a instituição precisaria ser municipalizada.  Segundo Ismênia, não há “interesse na municipalização porque muitas coisas iriam mudar, e a escola passaria a ser inteiramente gerida pelo município”. Enquanto isso, a ajuda da SME se limita a doação de materiais escolares.

A Escola São Gabriel foi reconhecida pela Câmara Municipal de Picos como sendo de utilidade pública para o município de Picos há cerca de 8 anos. “Mais do que isso nós nunca tivemos”, lamenta a diretora que cobra ajuda do poder público para manter a instituição.

Quem tiver interesse em conhecer de perto o projeto e ver de que forma funciona a Escola São Gabriel pode entrar em contato pelo telefone (89) 3422-9982. “As portas estão abertas para quem quiser conhecer e ajudar esse projeto”, finaliza a diretora.

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