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Personalidades Picoenses: Conheça a história de Piauí Ecologia

Piauí não era ligado a um grupo político específico, mas era uma pessoa politizada que se indignava com as desigualdades sociais

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Por Bruna Moura Fé com colaboração de João Pedro Nunes

No segundo episódio da serie Personalidades Picoenses, iremos conhecer a História de Antônio José da Silva, o Piauí Ecologia, personalidade picoense que ficou conhecido nacionalmente por defender as causas sociais e do meio ambiente.

Brasileiro raiz, negro do sertão nordestino, piauiense nascido em Picos, Antônio José da Silva ou simplesmente Piauí Ecologia, trabalhou na roça até os 14 anos quando saiu de casa para conhecer o mundo, a pé e pegando carona chegou no Rio de Janeiro e de lá até São Paulo.

Com seus dreads no cabelo e um estilo diferenciado de ser, Piauí defendia causas e princípios ligados à sociedade como esporte, o meio ambiente, a cultura, fazia do artesanato seu meio de vida, por muito tempo vendia seus feitos no MASP na Avenida Paulista em São Paulo, em Picos ficava na Praça Félix Pacheco, onde falava com as pessoas e levava mensagens positivas e de conscientização sobre o planeta, os cuidados com a cidade, a importância de envolver as crianças nos esportes e a valorização da cultura.

Veja abaixo vídeo sobre Piauí Ecologia

UM CARA POLITIZADO, MENTE ABERTA

Piauí não era ligado a um grupo político específico, mas era uma pessoa politizada que se indignava com as desigualdades sociais e por isso lutava para que as pessoas tomassem conhecimento, passando a dar valor a Capital do Mel e as suas potencialidades.

Eurípedes Parreira (Pepeu), amigo de Antônio fala que ele “se angustiava ao ver tanto lixo, tanta exclusão social, era um cara extremamente sensível às questões sociais e essa sensibilidade dele fazia com que entrasse em ação e desenvolvesse atividades práticas para dizer que as coisas não eram daquela forma”.

Sempre procurando acrescentar, se preocupava com a Cidade quando costumava dizer “Picos está largada, tá abandonada” e buscava chamar a atenção dos picoenses para cuidar do Rio, das árvores, dos entornos, de uma maneira muito simples mas que conseguia alcançar o coração daqueles que eram mais sensíveis às causas que ele defendia.

A SIMPLICIDADE DE ALGUÉM QUE QUERIA MUDAR UMA REALIDADE

“Ele me convidou para ir ao barraco dele (era assim que ele chamava a casa), e eu fui quando cheguei ele me recebeu com alegria, naquele momento não tinha mesa nem cadeira, mas de forma festiva puxou um balde e disse pra mim sentar, mas sentei no chão com ele e lá começamos a conversar” , falou Pepeu.

Antônio sempre falava que precisava limpar a escada do Mestre Abraão, que era preciso convocar as pessoas para limpar o campinho para as crianças, precisava arborizar a cidade, conscientizar as pessoas de que Picos é rico em cultura e passar a valorizar a cultura que existe aqui, que precisava preservar a cidade e não derrubar as “coisas antigas” para construir outras coisas no lugar.

Com o codinome Ecologia, sempre alertava sobre o lixo e reclamava que as pessoas não ajudavam, e que muitas vezes contribuia jogando o lixo em lugares errados, e em seus vídeos sempre pedia a população que cuidasse dos ambientes, dos espaços, da cidade e que não jogasse lixo em qualquer lugar mas que procurasse colocá-lo nos pontos específicos.

Defensor da natureza, “Ecologia” buscava preservar o meio ambiente e as espécies nativas da região, um episódio que marcou bastante, foi durante a reforma da Praça Félix Pacheco quando ficou acorrentado em  uma das árvores que ainda restavam no local, Antônio disse que só desceria do “Pé de Castanhola” quando a Prefeitura prometesse que não cortaria a árvore, após muita conversa e depois de horas sem comer e beber, Piauí Ecologia desistiu do protesto e desceu da árvore. No dia seguinte a árvore não estava mais no local, tinha sido derrubada.

O SER HUMANO FORA DE SÉRIE QUE NÃO TEVE O RECONHECIMENTO QUE MERECIA

“Piauí Ecologia era um cara diferenciado embora no meio da multidão mas o jeito dele, o cabelo, o tom de voz, o olhar, a essência dele, no primeiro contato que você tinha com Piauí você dizia ‘Opa!’ esse cara não é um cara comum porque ele tinha uma energia que só sabe explicar quem conviveu com Piauí” . frisou Pepeu.

Lutando pelas causas dos menos favorecidos, principalmente no Morro da Mariana, Piauí Ecologia buscava sempre levar projetos que envolviam a construção de quadras esportivas porque uma de suas preocupações maiores eram as crianças e com o que eram oferecidas a elas, no entanto não teve os seus pedidos atendidos.

Para muitos, um mendigo, um louco, para outros, o homem que pregava sobre o amor ao próximo e a importância de compartilhar com os que têm menos, sem pensar em si e buscando o bem de todos gostava de preservar a natureza, chegou a plantar várias em Picos quando mais jovem além de transformar terrenos cheios de lixo em jardins, Piauí com seu exemplo mostrou como é possível fazer muito com tão pouco.

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Com informações do Documentário: Não Existo Em Silêncio – Documentário sobre Piauí Ecologia – YouTube

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