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Projeto da UFPI estuda abelhas e capacita apicultores da região de Picos

Sob coordenação da professora Juliana do Nascimento Bendini, o grupo está lotado no Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos.

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As abelhas desempenham importante papel na natureza pela polinização de cerca de 90% das plantas com flores. Elas produzem mel, alimento que auxilia na prevenção de doenças, como hipertensão e as cardiovasculares. O Piauí aparece como o terceiro maior produtor de mel do Brasil.

Nesse sentido, o Grupo de Estudos sobre Abelhas do Semiárido Piauiense (GEASPI/UFPI) realiza ações de extensão sobre educação ambiental, capacitação de apicultores e estudos sobre abelhas. Sob coordenação da professora Juliana do Nascimento Bendini, o grupo está lotado no Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, em Picos.

Atualmente, as pesquisas promovidas contam com a participação de estudantes dos cursos de graduação em Licenciatura em Educação do Campo, Ciências Biológicas do mestrado em Desenvolvimento e Meio Ambiente. 

Segundo Juliana Bendini, uma das pesquisas do grupo é relacionada à análise da origem botânica do mel produzido por apicultores da área de abrangência de importantes cooperativas da região de Picos. “Essas cooperativas são responsáveis pelas maiores exportações do Brasil”, explicou. 

Coordenadora do GEASPI/UFPI, Juliana Bendini

A identificação da origem botânica possibilita a caracterização nutricional do mel do semiárido, projeto que acontece em parceria com a Pró-Reitora de Ensino de Pós-Graduação, Regilda Moreira-Araújo, docente também lotada no Departamento de Nutrição. 

A professora Regilda Moreira-Araújo conta que anteriormente não havia pesquisa sobre a caracterização do mel piauiense. “O mel é um alimento funcional, um desses aspectos é a ação antioxidante. Então, ele auxilia e ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, hipertensão e obesidade. Por isso, é necessário o estudo para quantificar e identificar os compostos presentes nos méis da região de Picos, até mesmo com a intenção de fazer a recomendação adequada”, pontuou.

Aliando teoria à prática, o GEASPI ainda estuda as estratégias de manutenção dos enxames de abelhas Apis mellifera durante o período seco. Desse modo, o grupo tem realizado experimentos que validaram a eficiência do fornecimento interno de água nas comeias e esse procedimento tem sido divulgado e já utilizado por apicultores que relataram terem sido bem-sucedidos para manter os enxames durante o período de estiagem.

O apicultor Eriques Silva fala da relevância dos conhecimentos transmitidos nas ações do projeto. “As informações nos ajudam a entender sobre a qualidade do mel e os problemas que passavam despercebidos. Nós aprendemos e conseguimos agregar maior valor ao nosso produto”, destacou.

Ao total, cerca de 50 produtores da região encaminharam amostras de mel.

Ações de Extensão

Além da parte científica, o grupo realiza trabalhos sobre educação ambiental, com foco nas abelhas sem ferrão e solitárias. Parte das atividades ocorrem no Espaço de Convivência com o Ambiente Semiarido (e-Casa), desde 2017, no próprio campus de Picos. “Mais de 600 crianças visitaram, antes da pandemia, as nossas abelhinhas sem ferrão e conheceram mais da nossa diversidade de abelhas nativas do Bioma Caatinga”, comentou.

O contato com as crianças foi essencial para produzir um caderno de atividades sobre as abelhas da Caatinga. O material é distribuído nas escolas municipais. Confira a cartilha.

Outra atividade promovida, é o Curso de Apicultura para jovens do Semiárido Piauiense. Cadastrado na Pró-Reitoria de Extensão e Cultura – PREXC da UFPI e tem como público-alvo jovens do município de Patos do Piauí, filhos e filhas de apicultores com idades que variam de 14 a 24 anos.

Crianças aprendem mais sobre mel e abelhas durante curso do GEASPI/UFPI

O curso chegou a atender 20 jovens apicultores. Entre eles está Edson Carvalho. “A orientação permitiu mudar hábitos errados no manejo com os enxames. Acredito que estamos no caminho certo”, disse.

Já para o dia 9 de julho, o grupo prepara evento de capacitação para técnicos das Secretarias de Agricultura de municípios vizinhos. O curso tem por objetivo orientar os técnicos agropecuários quanto à caracterização, diversidade e importância das abelhas nativas, uma vez que eles são os responsáveis por orientar os produtores rurais.

Fonte: Ascom UFPI

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