Carro roubado por chefe de bando é encontrado com material para romper cofres em Valença
O criminoso identificado como Antônio Paulo de França era considerado o chefe da quadrilha e morreu durante confronto com a polícia em Barras.
O carro roubado pelo suspeito de chefiar a quadrilha que assaltou duas agências em Campo Maior, no dia 30 de abril, foi encontrado escondido dentro de matagal na zona rural de Valença, na tarde desta quarta-feira (8). O criminoso identificado como Antônio Paulo de França morreu durante confronto com a polícia em Barras.
Segundo o delegado Laércio Evangelista, do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), materiais usados para arrombar caixas eletrônicos e cofres de bancos foram encontrados dentro do veículo. A polícia acredita que o grupo planejava explodir mais duas instituições financeiras no Piauí.
“Esse carro modelo Corolla foi roubado de um supermercado na Avenida Kennedy há 30 dias e encontrado hoje escondido no matagal em Valença após investigação. Uma lança e um extintor utilizados para arrombamentos estavam dentro do veículo”, contou.
Segundo o secretário de segurança, Fábio Abreu, a quadrilha roubou R$ 229 mil das duas agências em Campo Maior. Até o momento, a polícia recuperou R$ 70 mil que estavam com os suspeitos mortos durante confronto. Parte nas notas encontradas em Barras estavam queimadas.
“No Banco do Brasil, eles foram direto ao cofre, usaram muitos explosivos e parte do dinheiro ficou embaixo dos escombros ou queimou. No registro do boletim de ocorrência, o gerente informou que foram subtraídos R$ 34 mil. Já na Caixa Econômica Federal, os criminosos conseguiram uma quantidade maior, porque foram diretamente nos caixas. Pela contabilidade repassada da agência para a Polícia Federal foram roubados R$ 195 mil”, contou.
Fábio Abreu revelou que parte da quadrilha ficou em Teresina dias antes do assalto. Depois foram até Campo Maior fazer um levantamento das agências da cidade e de outras localidades vizinhas.
“Nós localizamos a residência aqui em Teresina, que era de um dos que tentou fazer o resgate dos criminosos. Essa pessoa é do Acre. Acredito que eles fizeram levantamento de outras agências, porque eles costumam assaltar dois ou três bancos”, disse.
Conforme o secretário, na madrugada da ação os criminosos seguiram por Boqueirão, Boa Hora até uma localidade em Batalha, onde pernoitaram e dividiram o dinheiro. Em seguida, eles foram em direção a Cocal e decidiram retornar para fazer uma nova ação.
“Como eles acharam pouco o recurso que conseguiram subtrair, se organizaram para fazer uma nova ação. Desse retorno houve o primeiro confronto com a Polícia Militar e eles se dividiram”, destacou.
As buscas pelos criminosos já dura oito dias. Até o momento, seis suspeitos foram presos e oito mortos durante confronto com a polícia. Dois foragidos estão sendo procurados em Teresina após furar bloqueio da Polícia Rodoviária Federal e roubar um carro, que foi abandonado no bairro Morros, Zona Leste de Teresina. Um terceiro suspeito estaria escondido em matagal na cidade de Cocal.
O assalto
Um grupo formado por mais de 10 homens explodiu duas agências bancárias ao mesmo tempo em Campo Maior, a 80 km de Teresina, na madrugada de terça-feira (30). Três pessoas foram feitas reféns e liberadas durante a fuga dos criminosos na entrada da cidade. Ninguém ficou ferido.
As duas agências ficam a menos de 200 metros de distância uma da outra. De acordo com o major Etevaldo Alves, comandante da Polícia Militar de Campo Maior, o grupo fez disparos com fuzis pelas ruas da cidade, na intenção de causar medo nos moradores.
O G1 teve acesso a imagens de uma câmera de segurança, que mostram o momento em que os criminosos explodem a Caixa Econômica Federal em Campo Maior, uma das agências alvo. Outro vídeo mostra os bandidos chegando à cidade no carro.
Fonte: G1 Piauí